Estão exigindo muito da
propaganda pela Internet
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* Artigo publicado em 14/11/2001 no Correio Informática,
o caderno de informática do jornal Correio do Estado.

Imagine a seguinte cena: você está dirigindo seu carro, indo para um compromisso. De repente, ao virar em uma esquina, você se depara com um out-door, no qual vê a propaganda de um produto qualquer. Diante daquela peça publicitária, muda seu trajeto e se encaminha, imediatamente, para o endereço do anunciante, desprezando o compromisso para o qual se dirigia.

Outra cena: você está em casa, a noite, com sua família, assistindo ao seu programa favorito na televisão, provavelmente cansado, após um dia de labuta. De repente, o programa é interrompido para os comerciais. Então, diante de uma propaganda, você se levanta repentinamente e sai na mesma hora de casa, para ir até o endereço do anunciante, abandonando o convívio com sua família e deixando o programa pelo meio.

As cenas acima parecem irreais? Esdrúxulas? Absurdas? Com certeza! Ninguém falta a um compromisso simplesmente por ter visto um out-door ou sai correndo de casa depois de ter visto um comercial na TV – ainda que esse seja o sonho de todos os anunciantes.

Dificilmente um publicitário sério, ou mesmo um anunciante em sã consciência, se deixaria levar pela ilusão de que uma propaganda tenha o poder de mudar repentinamente o trajeto de uma pessoa no trânsito ou mesmo de tirá-lo da frente da TV para consumir alguma coisa imediatamente.

Investir em publicidade é realmente fundamental para o sucesso de qualquer negócio,  só que ninguém em pleno gozo de suas faculdades mentais acredita que uma propaganda tenha o poder de transformar em realidade as improváveis cenas acima propostas.

Mas, é exatamente isso o que muitos estão esperando da Internet. Se o internauta não clicar na propaganda, não deu resultado. Se não visitar o site naquele exato instante, não vale! É exatamente assim que a publicidade na grande rede é avaliada hoje. Coisa de doido!

Querem que o internauta abandone seu site de notícias, deixe imediatamente de se deleitar com belas imagens na rede, esqueça a pesquisa que está fazendo para clicar e consumir. E tem que ser na hora, senão a publicidade não teve eficiência! Nem passa pela cabeça dessas pessoas que ele possa anotar o endereço para visitar o site depois. É razoável se pensar assim?

A verdade é que nenhum outro meio publicitário, a não ser a Internet, oferece total capacidade para medir os resultados concretos das ações de marketing. Até hoje, tudo era feito com base em pesquisas e estimativas.

Afinal, alguém já viu algum veículo de mídia tradicional apresentar um relatório preciso sobre quantas pessoas simplesmente viram os comerciais veiculados?

Pior, será que estes conseguem dizer, das pessoas que viram uma propaganda, precisamente quantas se interessaram verdadeiramente pelo que o anunciante oferecia? Enfim, algum veículo que não a Internet conseguiria dizer com precisão cartesiana quantas foram as pessoas que se interessaram pelas propagandas veiculadas, a ponto, inclusive, de terem sido influenciadas de alguma maneira em suas compras futuras?

Aliás, para complicar mais ainda, será que os veículos tradicionais de mídia conseguiriam entregar a relação precisa de quem são as pessoas que se interessaram pelas propagandas veiculadas?

Claro que não! Afinal, nenhum veículo de mídia tem essa capacidade, certo? Se pensarmos nas chamadas “mídias tradicionais”, certo. Mas já existe um meio que consegue essa façanha, sim: a Internet. Basta saber usar...

Pela grande rede, pode-se saber tudo o que os demais veículos jamais poderiam informar. Por incrível que possa parecer, pela Internet podemos medir (com números absolutos, e não baseados em estimativas, em pesquisas quantitativas, etc.) os resultados reais de uma peça publicitária. Basta contar quantos cliques de mouse foram dados sobre a propaganda – que normalmente conduz para um endereço onde o anunciante tem a oportunidade de “vender o seu peixe”.

Mas isso não é tudo, pois existe um recurso na Internet que pode, também, oferecer ao anunciante uma listagem completa e precisa de quem foram as pessoas que se interessaram pela sua propaganda. Com uma lista destas, o anunciante pode decidir o que fazer. Quer mandar um e-mail para cada uma delas? Quer fazer um trabalho de telemarketing? Quer mandar uma mala-direta? Quer mandar um vendedor visitar o “prospect “ cliente? O anunciante decide...

Mas, e se o internauta não clicar na propaganda veiculada na Internet? Ora, se não clicar, a Internet vai funcionar como todas as demais mídias, que promovem o anunciante, fixam a sua marca e podem, até, influenciar em futuras decisões de compra, mesmo que isso não ocorra naquele exato momento. Afinal, não é desta forma que a tradicional e tão conceituada propaganda sempre funcionou?

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